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“Vale a pena ser do bem”
06/07/2016
Visita do escritor JOrge Luis Martins ao Instituto João XXIII

Visita do escritor Jorge Luis Martins ao Instituto João XXIII

André, Tiago, João, Everson, Isael, Sanderson, Jorge. Nomes, mas que contam com uma realidade em comum. Um deles pelo menos já traçou seu futuro. Jorge Luis Martins. Jorge foi menino de rua, e hoje – em Ponta Grossa – conta sua história de sucesso para inspirar Andrés e Tiagos…”É minha missão”, avalia. Na tarde desta quarta-feira Jorge foi conversar com as crianças e adolescentes atendidas pelo Instituto João XXIII. Em situação de risco, desabrigados ou estudantes. Nenhum deles tirou os olhos de Jorge enquanto este contava sua história de superação. Muitos dos meninos escutaram pela primeira vez uma história de sucesso. “Agora sei que posso”, disse, emocionado Sanderson, de 13 anos.
Jorge Luis Martins viveu nas ruas de seus dez aos 16 anos. Abandono, desprezo, preconceito. Tudo isso ele viveu, mas o que ele lembra hoje? “Das pessoas que me deram a mão. As que me fizeram mal deixei pra trás”. Inspiração? Também, mas sobretudo identificação. “Já senti a dor do abandono”, falou um dos meninos atendidos. Desprezado pelos pais foi parar com o irmão em uma Delegacia de Polícia até saber seu novo destino. Ele, por sorte encontrou abrigo. E para Jorge já é um enorme passo. “Vocês tem hoje muita coisa. Vocês tem comida, um teto e todo o tempo do mundo pela frente”, disse. “O que falta agora é a vontade. É isso que diferencia um ser humano, não a cor ou o sexo”, ressalta.
Alguns dos meninos da instituição não chegaram a viver nas ruas, como Isael de 17 anos. Apesar de ter sofrido com muita fome e frio, de abrigo em abrigo continuou seus estudos. “Quero ser igual ao Jorge”, disse. Curiosidade e admiração nos rostos de cada um. “Foi simplesmente maravilhoso”, avaliou a diretora do Instituto, Janeslei Schemberger Werner. “É uma esperança. Se um deles se inspirar com a história contada já é uma vitória”, exulta, enumerando os rostos fixados em um exemplo de vida.
Jorge está em Ponta Grossa para as comemorações de três anos do Pegaí Leitura Grátis. Ele foi convidado, pois contou em livros toda a sua história. “O menino da caixa de sapatos” foi escrito para o público infantil, e sem que a palavra NÃO apareça. Já “Meu nome é Jorge” está rodando nas mãos de leitores ponta-grossenses. O Pegaí lançou através de patrocínios a edição comemorativa do livro. O escritor estará nesta quinta-feira no Grande Auditório da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no Bloco A do Campus Central. Já adquiriu seu ingresso?