19/03/2016
O Centro Europeu realizou na noite de quinta-feira evento sobre empreendedorismo, o Talk Empreendedor. Em Ponta Grossa, foram dois empreendedores convidados a contar ao público suas histórias de sucesso. A empreendedora rural Marlene Kaiut, foi a escolhida para falar sobre a participação feminina nos negócios; e o professor universitário Idomar Augusto Cerutti foi o convidado para falar de seu empreendedorismo social, o Pegaí Leitura Grátis. “Contar a história de empreendedores de sucesso é inspirador. Para nós é uma grande satisfação poder permitir que estas histórias sejam compartilhadas”, avalia a organizadora do evento Camila Kluppel.
Em funcionamento em Ponta Grossa há quase três anos, o Pegaí Leitura Grátis funciona como um verdadeiro empreendimento, com metas traçadas e regras específicas. As diferenças podem ser vistas quanto a questão do lucro, no qual uma empresa ‘normal’ visa e o Pegaí não, e quanto ao quadro de pessoal. Ao invés de colaboradores, a proposta trabalha com voluntários, todos engajados e motivados por uma causa comum: o desenvolvimento da empresa Pegaí. “Embora o Pegaí não seja um projeto com fins lucrativos, é um grande exemplo de Empreendedorismo Social. A determinação e dedicação do professor Idomar é um exemplo para todos que um dia sonham em empreender”, explica Camila.
O coordenador do Pegaí relatou, em sua explanação, todos os passos para se chegar ao que hoje pode ser chamado de empreendimento social. “Sempre me incomodou o fato de livros ficarem parados nas estantes. Já pensava em fazer algo, mas a ideia começou a tornar realidade após ver uma reportagem em que motociclistas distribuíam livros em São Paulo”, recorda. O primeiro passo foi solicitar apoio – a princípio com a doação de livros e depois para somar esforços – às pessoas próximas a ele. Depois a estruturação com a definição das regras da proposta, e seus ajustes, conforme a necessidade. “O que também ajudou, e muito, foram as oportunidades que foram surgindo”, destaca, comentando a proporção que a proposta alcançou.
Como uma ‘empresa’ responsável, o Pegaí também busca a sustentabilidade. “Fazemos o reuso de materiais para nossas estantes e caixas de coleta”, apontou Cerutti. Conforme o coordenador, para o sucesso de um empreendimento, também é essencial que a comunidade conheça seu trabalho. “Temos que mostrar constantemente nosso trabalho”, avalia.
Durante o Talk, as regras da proposta que visa democratizar a leitura chamaram a atenção do público presente. “Além de avaliar como muito bem estruturado o projeto, o público ressaltou a preocupação com detalhes que podiam passar”, conta uma das participantes do evento e voluntária do Pegaí, Fátima Eyherabid Araújo, citando uma das parcerias do Pegaí. “Contamos com a parceria dos sebos, que não aceitam livros com o carimbo do Pegaí”, relatou Cerutti, destacando que se os sebos comprassem os livros da proposta, seu projeto poderia estar estimulando o uso de drogas e não a leitura.