MENU
Cense e Cadeia recebem escritor gaúcho
07/07/2016
Meninos do Cense recebem Jorge

Meninos do Cense recebem Jorge

A princípio, rostos endurecidos, desconfiados. Depois, feições cheias de esperança. O Pegaí Leitura Grátis presenteou nesta quinta-feira apenados do Centro de Socioeducação e da Cadeia Pública Hildebrando de Souza com a presença do escritor Jorge Luis Martins. Nos dois locais, Jorge contou um pouco das mazelas de sua vida, que incluiu a passagem por uma Penitenciária. Apesar de ter escolhido o caminho do bem, o ex-morador de rua foi parar atrás das grades, e assim, pode compartilhar com os apenados os momentos que, como eles, passou sem liberdade.

Pela manhã o destino do palestrante foi o Centro de Socioeducação, que abriga menores infratores, de 12 a 17 anos. Lá encontrou a admiração dos meninos. “Apesar de eu ter sido preso, sempre trilhei o caminho do bem. Sabia que se eu entrasse no mundo do crime não teria nada, e ainda perderia minha liberdade”, disse. “Pelo bem eu tinha a liberdade de ser o que eu quisesse”, disparou.

O caminho de Jorge ele mesmo trilhou ainda antes de ser morador de rua. Ele prometeu a sua avó (antes dela falecer) e para ele próprio que não seria um criminoso. E foi com este pensamento que o menino seguiu o seu caminho, até chegar onde está hoje: empresário, escritor, ator e com diversas formações. “Ainda quero fazer doutorado”, comenta.

Na penitenciária Jorge emociona apenados

Na penitenciária Jorge emociona apenados

A emoção do escritor já era visível na primeira parada do dia. No olhar dos menores lembrou da sua própria infância. “Eu estou aqui por um motivo. Não estou falando pra vocês fazerem o mesmo que eu fiz. Estou pedindo uma reflexão”, disse em sua explanação no Cense.

Na segunda parada as lágrimas correram. Palestrante e aqueles rostos, antes endurecidos com os intrusos que adentraram nas galerias 8 e 9 da Cadeia Pública. Com a história de Jorge – que vários deles já conheciam através do livro “Meu Nome é Jorge”, disponibilizado pelo Pegaí – alguns perceberam as oportunidades que deixaram passar. Promessas de mudanças, arrependimentos, devoção à família. Se é real o escritor não sabe, o que ele pode dizer é que tentou.